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27/11/2019

Poema: Racismo

Quando branco é leite

Amarelo é Simpson

E negro é piche

Quando a pomba branca é da paz

E a galinha preta da macumba

Quando o gato preto dá azar

Quando o ruim é tratado como escuro

E o bom como luz.

Pare e pense

Que a diferença te torna único 

Que o Brasil tem diversidade de cores

Que ninguém mais pertence a senhores

Que o preconceito ainda existe

Infelizmente depois de décadas,

Mas buscamos dias melhores.

Isto é o fim da picada

Vivemos numa sociedade de atores

Que fingem gostar e amar

Quando na verdade atiram pedras

E só sabem julgar.

Carvão, bombril, macaco

Aqui o negro é desvalorizado

Não pode andar como quer

Que já é chamado de ladrão

Perseguido por um padrão 

Onde branco é patrão 

Não basta xingar

Sente prazer em humilhar

Não tem amor no coração 

E ao próximo quer desrespeitar.

Menosprezar não te faz maior

Já que enxerga somente a cor

Lápis cor de pele existe ?

O preconceito está enraizado

Onde hipocrisia anda ao seu lado

Por que insistir com a cota ?

Olha o orfanato

Só branquinho sendo adotado

Enquanto tem negro descalço

E só serve para esporte 

Há um tempo atrás cantor

Ao qual era fantasiado de branco

Porque música tinha cor

Não podia ser negro, só branco

Aqui o branco é torcedor

Coloca negro na senzala

E o enche de chicotada

Todos são iguais perante a lei,

Sem distinção de qualquer natureza

Art 5º só consta no papel

Só branco pertence à realeza.

Onde negro não pode se dar bem

Onde ninguém pensa em ninguém 

O racismo é uma tristeza.

Michael Jackson 

Nunca deixou de ser negro

Jackson pai preconceituoso 

Atacou seu filho por seu tom

Hipócrita

Racista

Matou seu filho

Com palavras

Ofensas

E xingamentos

Matou seu filho

Com seu ódio 

Com seu julgamento

E com sua agressão.

Galera

Ao racismo diga não

Pare de julgar seu irmão 

Esse padrão já era

Silêncio 

Silêncio 

Silêncio 

Morre Zumbi

Contra a escravidão 

Pelo sim, pelo não 

Eu voto não

Não ao racismo

Não ao julgamento

Não a morte

Não

Eu voto sim

Sim a igualdade

Sim ao amor

Sim a vida

Sim

Cor sim, cor não 

Lápis cor de pele.

Autora: Bianca Alves

Poema: Medo do amor

Sensação que sou incapaz

De me sentir amada

Medo

Vergonha

Não mereço tanto amor

Não sei como agir

Tenho medo do amor

De me entregar e me ferir

De me sentir abandonada.

Eu amo com a alma

Com força

Mas quando é o inverso

Eu tento correr

Eu perco a fala

E finjo estar ocupada

Medo

Vergonha

De ser enganada.


Autora: Bianca Alves

23/08/2019

Poema: A serva

Diante dos problemas                 

Vejo sua grandeza      

Percebo minha pequenez      

Observo toda beleza 

Você é nota dez          

Isso tenho certeza.    

Era uma vez,  

Sua realeza    

Dia, noite talvez           

Num mundo de gentileza       

Não havia guerra         

Nem tristeza 

Altar era terra

Nossa natureza            

Cercada de amor         

Sem você sou indefesa            

Sem você nada sou                    

Toma a minha riqueza 

Você é meu farol        

Deus minha fortaleza

Oh meu Pastor,           

Princesa ou camponesa ?        

Estou ao seu dispor.


Autora: Bianca Alves

Poema: Vovó

Não creio em sua morte              

Me perdendo no tempo             

Parece teletransporte  

Mas é só o vento            

Me tocando friamente 

Devagar               

Lentamente      

Penetrando em minha mente                  

Gradualmente  

Dor        

Muita dor           

Me sufoca          

Prende minhas lágrimas              

Grita com a alma             

De boca fechada             

Silêncio                

Nem mais um ruído       

Nem mais um pio            

Coração partido               

Descartado como vinil. 

Cacos de espelho quebrado      

Dor        

Muita dor           

Parece sem sentido       

Com pulso cortado         

Labirinto sem saída        

Coração congelado         

Saudade da vó Margarida           

Que não está ao meu lado          

Conselheira preferida   

Minha rainha     

Não está mais internada              

Virou uma estrelinha     

Me deixou uma ferida  

Sofro calada       

Daria minha vida              

Para você ficar  

Injusto 

Muito injusto    

Queria você de volta     

Queria você aqui             

Deitar no seu colo           

E os problemas sumir    

Dor        

Muita dor.


Autora: Bianca Alves

Poema: Não é não !

Não é não           

Não me obrigue              

Não me sequestre         

Não me maltrate             

Não me isole     

Não é não           

Se afasta             

Me desamarra  

Já basta               

Dê o fora                             

Não é não           

Eu sou livre        

Não o quero      

Não me beije    

Não me abraça 

Não me sufoque             

Não é não           

Não me amordaça          

Não me cheire  

Eu lhe imploro  

Não é não           

Tenho direito    

É minha escolha               

Não sou objeto                

Eu te rejeito      

Te menosprezo               

Seu pervertido                 

Não é não           

Chega   

Não estou afim                

Me respeita       

Para de achar que manda em mim         

Chega   

Não é não !


Autora: Bianca Alves

Poema: Bem-me-quer

Bem-me-quer  

E no meio do caos você surgiu, 

Um beijo no aeroporto me deu,              

E meu coração então explodiu  

Mesmo sabendo que não era meu.       

Apostei meu sentimento em você,        

Mesmo podendo me perder,   

Não me pergunte porquê           

Ás vezes não dá para entender.              

Não achei que tivesse chance   

Sentimento que me devorava  

Medo de ser só um lance,          

Medo de ser usada...    

A razão estava enganada            

Com aquele beijo roubado         

O sentimento perturbado          

Juntamente excitada    

Embaixo dos lençóis no calor     

O cheiro da sua pele penetrava               

Em seus lábios sentia fervor      

Sem dizer alguma palavra           

Suas mãos sendo meu cobertor              

Isto era tudo que precisava        

Casamento veio me propor,      

Casamento que não imaginava.               

Logo você se aposentou              

Tivemos que nos unir    

O conflito então começou,         

Mas conseguimos nos corrigir   

Amo o seu jeito,              

Pois amar não significa perfeito               

Amar é apenas sentir    

E não importa se tem defeito.


Autora: Bianca Alves

Poema: Apenas um sonho

De repente ao deitar     

Mergulho no travesseiro             

O tempo não pode voltar            

O tempo é passageiro   

Não quero te esquecer                

Mas também não quero sofrer                

A saudade machuca       

A vida não passa de uma luta    

Você me fez crescer      

Não aceito te perder     

Por que foi morrer ?      

Nada será igual 

Eu quero te abraçar       

Eu só quero te ter           

Só mais um Natal            

Volta para mim 

Imploro por um sinal     

Briso olhando para o jardim       

Desejando não ter final               

Só diga que sim                

Para sempre comigo vai estar   

O meu coração sangra  

Aflição que me castiga  

Como sua perda suportar ?        

Fechar os olhos até que eu consiga        

Espero algum dia você me ligar 

Meu coração hoje te abriga       

Sentimento que vai eternizar    

Descanse em paz            

Para sempre vou te amar            

Isso sei que sou capaz   

E não vai se apagar         

Chorar a saudade me faz             

De repente ao deitar     

Apenas um sonho.


Autora: Bianca Alves

Poema: Mãe, Pai, Pai, Mãe

Mãe      

Pai          

Sem eles pude crescer 

Não foi fácil        

Não é fácil          

Como ir de frente com o errado ?           

Como ser diferente sem ser malcriada ?              

Como ?                

Como se encontrar ?     

Como viver na fantasia ?             

Como ?                

Mãe      

Pai          

Nunca pude ter               

Vivos, mas mesmo que nada     

Como pude sobreviver 

Numa família perturbada ?         

Como ?                

Como pude ser ferida e machucada ?   

Como ?                

Como sangrei sem parar              

E não tive colo ?               

Como ?                

Como foi viver só, sem ser amada ?       

Mãe      

Pai          

Por vocês fui iludida       

Pelo pai abusada e pela mãe abandonada          

Pois nunca de verdade fui por vocês amada      

Tive uma vida sofrida    

Mãe      

Pai          

Vocês destruíram minha infância            

Romperam minhas lembranças                

Me fizeram órfã ainda vivos       

Com suas duas crianças                

Mãe      

Pai          

Como vivem com tudo isso ?                     

Como ?                

Como se dizem pais ?    

Como ?                

Psicopata que não sente             

Mãe que não entende 

Porque de nada sabe    

Pai          

Mãe


Autora: Bianca Alves

Poema: Velha Infância

Pula pula             

Pega pega          

Esconde esconde            

Pula corda          

Ser criança não é normal             

Cresce cedo para ter moral        

Usa droga e bebe           

Faz o que dá na telha    

Amarelinha        

Jogo da velha    

Jogo da vida       

Cobra cega         

Criança trabalha               

Vai para senzala               

E vira escrava    

Aposta corrida  

Joga bola             

Bolinha de gude              

Queimada          

Criança chora    

Criança cresce   

Criança ora         

Até que se esquece       

Brinca de boneca            

Joga peteca       

Criança se queima          

Perde a inocência           

Veste roupa de adulto  

Salto alto e batom vermelho     

Pede esmola na rua       

Até doer seu joelho       

Estátua                

Empina pipa       

Mamãe da rua  

Dança da cadeira             

Criança tem sede            

Criança tem fome           

Criança só pede               

Criança não come           

Roda pião           

Bate figurinha   

Polícia e ladrão 

Batatinha            

Criança derrete                

Sente frio           

Tenta descolar gorjeta  

Sentada no meio fio      

Adoleta               

Ioiô        

Cabo de guerra                

Como mudar     

o planeta Terra?


Autora: Bianca Alves

Poema: Labirinto do caos

Não somos capazes de escolher              

Como devemos ser amados      

Na vida só você pode escrever 

E valorizar quem está ao seu lado           

Na vida você vai vencer e perder            

Só não pode no tempo ficar parado       

Vai ver o mundo inteiro te esquecer     

Nem sempre tudo vai ser adequado     

Ao mundo que acredita pertencer         

Horas se sentirá totalmente perturbado             

Seus sentimentos ninguém saberá ler  

Por fora e dentro estará calado                

Horas ferido e machucado          

Lembra de tudo que pode ter   

Olhe para o céu infinito estrelado           

Corrompa-se na escuridão mulher         

Ser menina é seu derivado         

Vai se foder       

A realidade só tem me devorado            

Caráter ?             

Só para quem não é crucificado               

Compreender ?               

Como se sempre atacada ?        

Descrever ?       

Mundo filho da puta arrombado             

Coração partido e despedaçado              

Esse amor veio e já vai tarde     

Tarde demais, chega a ser pecado,         

Julgamento declarado, 

 Alma queima e arde,    

Soldado armado,             

Dá três tiros para o alto,               

E meu ser é assassinado.


Autora: Bianca Alves

Poema: Minha TARDIS

A música é meu teletransporte                

Me faz a vida sentir        

Seja ela boa ou ruim      

Com a música me faço forte                      

Outras vezes posso me destruir              

A vida não passa de sorte           

Viver é se iludir                

Toda vida é feita de morte         

Uma hora temos que partir        

Ninguém é imortal         

Para uns a vida é valiosa              

Para outras ela é fatal   

Você quem a torna formosa      

Quando não passa de um mortal             

Viver é refletir  

Seja para o bem ou mal

Não pense ou tente fugir            

Toda escolha tem um final.


Autora: Bianca Alves

Poema: Vírus Hipocrisia

Zombies              

Mortos vivos     

Vampiros            

Sugadores          

Povo     

Pobre   

Governadores  

Prefeito               

Presidente         

Vereadores       

Brasil só é um país          

O povo só sabe culpar   

Mas cadê os professores ?         

A população precisa aprender  

Que para o país mudar 

Tem que mudar primeiro            

Não é tudo culpa do padeiro     

Açougueiro e faxineiro.               

O responsável não é voto nulo 

Branco, direita ou esquerdista  

A culpa é do brasileiro   

Da corrupção que vem debaixo               

Tudo embaixo do capacho          

A culpa não é do leiteiro              

Do cabeleireiro ou confeiteiro. 

A culpa é da falta de respeito    

A culpa é do sujo julgando          

A culpa não é do engenheiro     

Marinheiro ou bombeiro.           

A culpa é do silêncio      

Dos gritos e mal educados.         

O povo só sabe cobrar  

Sabem do dever e negam as obrigações              

Como querer na urna votar        

Se não sabe ser               

Ser gente correta            

Ser gente honesta

Zombies              

Mortos vivos     

Vampiros            

Sugadores                          

Não espere os Vingadores.


Autora: Bianca Alves

Poema: Chovia muito dentro de mim

Se tirasse sua vida como faria ?                                

Dá um beijo na morte   

Que covardia     

Vai de uma vez se tiver sorte    

Que rebeldia     

Talvez a perna entorte 

Ou o coração silencia     

Não se atormente          

Jorra sangue      

Grita de dor       

Pede socorro    

Canta o louvor. 

Tenta respirar   

Mas por dentro se afoga             

Por fora só quer se matar           

Nem ao menos se queima          

Nem sabe atirar               

Toda hora teima              

Diz que ninguém pode te salvar               

Nem tenta fazer rima    

Pois tem medo de falhar.            

Salta do terceiro andar 

Se joga na frente do trem                           

Pensa que não tem ninguém .  

Acha que a morte é resposta    

Busca sentido da vida    

Não se sente querida    

Acha que só faz bosta   

Na vida se vê perdida.  

Toma veneno e não morre         

Tudo que tenta não consegue !               

Porque não é hora         

Porque tem seu tempo               

Não vai embora               

A dor só é passatempo 

Me abraça e chora

S…          

Tudo se vai com o tempo.


Autora: Bianca Alves