Dança comigo ?
Na rua
No vale
No mar
No céu
Dança comigo ?
Quando eu não quiser
Quando eu precisar
Dança comigo ?
Bem lento
Apertado
Não solta
Dança comigo ?
Colado
Grudado
Até os lábios tocar
É o beijo
Quente
Lento
Selvagem
Que não acaba
É o beijo da morte
Que o coração para.
Autora: Bianca Alves
Me afasto
Me isolo
Querendo meu espaço
Universo sem vida
Cheio de vida
Que me cerca
Me acolhe
Não me entende
Mas me repudia
De anjos que surgem
Das cinzas que sou
Penso não ter ninguém
Pela estrada eu vou
Mas você se importa e vem
Reconhece minha alma fria
Não esperava, mas observou
Quando ninguém ali me via
Quando o vento me derrubou
Em minha direção você vinha
Bem forte minha mão segurou
Enquanto o peso da dor c
a
i
a
Você foi anjo
Um sorriso meu arrancou
Parecia invadir meu espaço
Mas estava sendo meu Sol
No calor dos seus braços
Ouvi o canto do rouxinol.
Autora: Bianca Alves
Tenho medo do efeito
Das incógnitas
Da vida
De me perder
E não me achar
Tenho medo do que sufoca
De tropeçar e não levantar
Tenho medo de sentir
E socorro não ser capaz de gritar
Tenho medo de não conseguir
Tenho medo de deixar me amar
Da agonia que percorre
O medo de se ferir
De preocupar as pessoas
E da vida fugir
É o medo que a alma encolhe
E traz o desejo de sumir.
Autora: Bianca Alves
Aonde se quer chegar ?
Sabendo que há dias tristes
Outros felizes
Como a emoção nomear ?
Como na escuridão me ver
E a Lua com suas fases dançar
Madrugar até o Sol nascer
Como incógnitas da vida decifrar ?
E minha história escrever
Um passado narrar
Um presente viver
E um futuro a sonhar
Sabendo ganhar e perder
Um dia
Dois dias
Uma semana
Um mês
Um ano
Uma vida
Dádiva
Felicidade
Não adie sequer um segundo
Seja verdade
Seja você mesmo
Seja único.
Autora: Bianca Alves
Não me olha
Não me queira
Sou complicada
Impossível
Pois não quero
Não há chance
Apenas entenda
Não avance
Não me toca
Não faça planos
Nem pedidos
Se afasta
Me esqueça
Ou eu sumo
Desapareço
Como chuva passageira
Como agulha no palheiro.
Autora: Bianca Alves
O disparo do amor
Que penetra e se espalha
Sangra ás vezes de dor
Outras entra na batalha.
O disparo da alma
Que me atinge e lhe deseja
Que te quer na cama
Que te agarra e lhe beija.
O disparo que me acerta
Me derruba e me abraça
Meu coração aperta
E nosso corpo entrelaça.
O disparo me derruba
Me faz sentir o seu
Me faz sentir lhe sua
O disparo
Chega nas alturas até a Lua
Arranca minha roupa
E me deixa nua.
O disparo infinito
Me faz me perder
Parece um labirinto
Tentar esse sentimento entender
É um disparo contando com a sorte
Ou um disparo fazendo o destino
O disparo faz história
Feita de perdas e de vitorias
O disparo.
Autora: Bianca Alves
Observação: leia de cima para baixo e de baixo para cima e sinta o disparo.
Feche os olhos
E me veja
Me imagina nua
Toda sua
Feche os olhos
E sonhe comigo
Em seus braços
Toda sua
Feche os olhos
Me toca
Me nota
E me laça
Me faça sua
Feche os olhos
Vá em frente
Corra e lute
Passageira como a Lua
Feche os olhos
Me degusta
Agora
Apimentada e crua
Vem sem medo
Com vontade
Sem frescura
Em segredo
Sou toda sua.
Autora: Bianca Alves
Quinhentos poemas queimados
E ela obrigada a assistir
A chama forte queimava
Parte dela ia junto
Ao mesmo tempo chorava
O isqueiro assassino
Queimou tantas palavras
Cretino
Maldito
Algo não esperava
O cheiro do papel queimado
Ali se espalhava
Mas a fonte de tudo está viva
Pois ela é acervo
E pode
escrever
escrever
e escrever
Tudo que quiser
Tudo que puder
Pois sentimento não lhe falta
Ela é amor puro
E aos seus poemas ler
Para outra dimensão irá
Num piscar de olhos
Sua alma é possível ver
Mas quem é ela ?
Impossível descrever...
Autora: Bianca Alves
O tempo passa
Mas não fico fria
Sentir mata
Porque sentir é se ferir
Passa noite
Passa dia
E meu sentimento continua
Ele cresce
Aumenta
E morre com o tempo
A dor é assim
Porque amar sozinho é frio
Que congela a alma
Que me congela por dentro
Amar é calor
Mas também pode ser frio
Porque o amor pode ser gelo
Que sufoca
Mata o corpo
Que não se hidrata e alimenta
Falta amor
E isso é levado com o vento
Com o tempo...
Força
De onde vem ?
Do céu
Da terra
Do mar
Das trevas ?
Quem é forte ainda sim quebra
Mas o tempo conserta
A ferida
O medo
No silêncio da alma
Que chora
Que grita
Que um dia foi muda
E hoje não se cala
Força que pulsa
No corpo
Na alma
Aprende
Ensina
E se repara
Recomeça
Se inventa
E uma nova versão apresenta
Força que vem do alto
Vem do mundo
Das experiências
Boas e ruins
Força que vem das manhãs frias
E das noites calientes
Força que vem do vento
Do escuro e do claro
Meu coração acalenta
E a alma dispara
É a força que fragmenta
É a força que cresce
E não para.
Autora: Bianca Alves
Tão perdida
Tão inquieta
Mas abençoada por Deus
Machucada
E quebrada
Mas curada por Deus
Deus é estrada
Deus é verdade
Faz-se a vida um sopro
Entre bondade
E dificuldade
Deus está aqui
Deus te ama
Nomeia cada estrela
E o conhece por teu nome
Deus não só cura
Mas Deus acalma
E também liberta
Em tua palavra
E imenso amor.
Autora: Bianca Alves
Até a natureza morta tem sua beleza
Os galhos secos
As folhas no solo
A neblina que indica chuva
O amanhã incerto, incertezas
Que cobrem os pensamentos
Dias ensolarados
Dias chuvosos
Cada qual com sua riqueza
Arco-íris, dança pelo céu
Dá vida pós chuva
Atraí olhares com sua boniteza
A vida com sabor de mel
Mesmo com sua tristeza
De fundo emana luz
Que se espalha pela natureza
Contagiando fauna e flora
Senta, reza e chora
Mas não desisti
Persiste
Até que chega a vitória
Pois nada é no seu tempo
Nem momento
Ventania que derruba
Ao mesmo tempo leva embora
Passa noite, passa dia
Amanhece
Amanhã é outro dia...
Autora: Bianca Alves