Às vezes me sinto no meu coração,
Eu embarco em meu mais profundo ser,
Busco lá no fundo o perdão, mas ...
Não sei se algum dia vou ter.
Meu choro é o silêncio,
E a bagunça aqui dentro,
Eu choro durante a noite,
Dói bem lá no centro.
As ondas que me levam ao continente,
Me afogam no mar gelado do sul,
Ergui a bandeira de paz, gritei, supliquei,
Liberta minha alma, liberta o meu ser.
Desamarre-me da âncora agora,
Não me deixe afundar mais,
Corra e me leve embora,
Antes que cheguem no cais.
Siga a aurora, não desvie o caminho.
Perdoa a minha fraqueza, ajuda-me,
Encontrei o tesouro no vinho a pouco,
O vinho que nos faz meros mortais.
Corta-me, com a espada,
E derrame todo este sofrimento.
Viva o agora em paz,
Enterre lutas agoniadas em vida,
Levante o voo como alcatraz,
E não chore na despedida.
Autora: Bianca Alves