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08/12/2017

Poema: A perda

A falta da sua imagem

Lembrança que não volta

Destrói essa dor selvagem

Tempo que não volta e mata.

Quero seu abraço 

Ouvir o seu sorriso

Dizer que te amo

Ganhar seu colo

Durante o meu choro

Receber seus conselhos

Quando estiver perdida.

Não me sinto feliz

Quando lembro que se foi

Parte de mim se foi junto

Você me deu personalidade

E sem perceber

Me tornei mulher...

Foi a mãe que não tive

Minha rainha, te perder

Te perder foi tortura

Quando oro, clamo seu retorno

Mesmo sabendo do impossível 

Minha vontade é pura.

Dói lembrar do passado

Porque sei que não haverá futuro

Não com você ao meu lado

Sinto que é um absurdo

Meu choro fica calado

Esse machucado se faz surdo

Coração sangra de saudade

Me encolho a sua espera

Seja puxão de orelha

Ou seja um abraço sincero

Quero sentir sua presença

Fazer um banquete, quero

Fiz promessas que não posso

Menti a ti para seu sorrir

Desejei sentir sua dor

Para que se curasse

Mas o mundo perdeu cor

Quando desse mundo partiu.

Não consigo dizer adeus

Porque o desejo de te ter

É infinito em meu peito

Jamais vou te esquecer

Doeu presenciar seu leito

Senti que iria morrer

E meu ser deu um grito

Não queria te perder

Mas virou estrela

E mesmo que esperado

Não estava preparada 

Para sempre vou te amar

E por ti me sentir amada.


Autora: Bianca Alves

30/11/2017

Poema: Bandolim

Sinto um caos dentro de mim, 
como se a vida não tivesse fim.
Sinto uma dor me esmagar, 
fazendo meu coração sangrar.
Quero a vida dizer sim,
Mas a dor não quer parar.
Não aguento mais chorar,
De nada estou mais afim...
Aumenta o desejo de me matar,
Fica difícil se controlar
Não sei como continuar assim...
Quero poder respirar
Quero poder voar
Quero apenas um jardim
Onde eu possa plantar
Colher e regar...
Me deitar sobre o cetim
E o céu admirar
Sentir o cheiro de jasmim
Esse cheiro me faz acalmar
Esquecer tudo de ruim
Que me faz chorar
Quero de madrugada cantar
Libertar meu querubim
Este momento eternizar
Ao som do bandolim.

Autora: Bianca Alves

Poema: A meia luz

Galhos secos me fecham
Lua cheia que incandesce
Madrugada fria congela
Sentimento que lhe pertence
Se ajoelhe e ore na capela
Não importa se merece
Só não feche a janela
Continue com a prece
Não se aprisione na cela
Apague o que lhe aborrece
Reviva como se fosse o fim
Quem ama o feio bonito lhe parece.

Autora: Bianca Alves

Poema: Sou

Sou a marca que te fere

Sou a faca que lhe corta

Sou aquela que a vida interfere

Sou a corda que lhe enforca

Sou o mar que te afoga

Sou o grito silencioso

Sou o fogo que queima

Sou o pecado

Sou a morte

Sou sua sentença

Ora sou princesa

Sou sereia

Sou bela

Sou problema

Sou sua cela

Sou poeta

Sou sincera

Sou a Lua

Sou o Sol

Sou abelha

Sou girassol

Sou galho seco

Sou dama da noite

Sou marca da besta

Sou diferente

Sou bizarra

Sou carente

Sou escrava.


Autora: Bianca Alves

27/11/2017

Poema: Como uma flor

Como uma flor

Vem me regar 

Como uma flor

Vem me podar

Como uma um flor

Cuidado ao me tocar

Como uma flor

Vem me cheirar

Como uma flor

Vem me aquecer

Como uma flor

Vou semear

Como uma flor

Vem me colher

Como uma flor

Eu vou crescer

Como uma flor

Vou aflorar

Como uma flor

Eu vou secar

Como uma flor

Eu vou morrer

Como uma flor ...


Autora: Bianca Alves

21/10/2017

Poema: Vida

Coração te acalma
Respira e chora
Deus, salva minha alma
Que o socorro implora.

Uma forte dor de cabeça
Um milhão de pensamentos
Não sei se a vida é algo que mereça
Talvez eu só não tenha sentimentos.

Quero acordar do pesadelo chamado vida
Cansada do agora talvez
Ao mesmo tempo não quero ser suícida
Mesmo pensando na morte mais de uma vez.

Não existem palavras para me expressar
Até porque ninguém pode me entender
Não é que a vida eu queira largar
Mas é que não aguento mais me perder.

Engolir o choro não é legal,
Mas chorar em público me faz tão mal
Não tenha pena de mim quando me ver chorar
Sou apenas uma pessoa normal.

Sufocada estou no agora
Sufocada estou
Para chorar já não tem mais hora
Só quem sabe é quem já se machucou.

Não se compare ao rico ou pobre
Não se compare ao belo e ao feio
Nada dessa vida é nobre
Coloca o cinto e aperte o freio.

A vida é como um jogo
Um dia ganhamos e no outro perdemos
Um dia você apaga o fogo
E no outro ele te queima e morremos.

Só o desejo de morrer
Mas a incapacidade de fazer
Porque minha vida não consigo tirar
Por não ser capaz de me matar.

Outras vezes a luta para sorrir
Porque tem pessoas que precisam de mim.
E se um dia eu desistir
Não foi por falta de tentar

Talvez por falta de me encontrar
Como estrelas que se escondem em dias nublados
Mas ali sempre vão estar
Mesmo que em dias ensolarado.

O silêncio responde mais do que se espera,
Até num momento desesperado
Por atravessar toda minha esfera
E consertar o que está quebrado.

Tenho fé de um dia acordar
E o Paraíso em mim habitar
Meus poemas sem medo escrever
E cada palavra se eternizar.

Viver sem parâmetros da sociedade
Viver sem regras para seguir
Viver sem lutar pela liberdade
Por já se saber aonde se quer ir.

Saber que todos tem um lado animal
Que segue o extinto de um mero mortal
Enfrenta o problema ou quer fugir
Por não saber lutar acaba por si só ferir.

O humano nunca aprende
Ele tecla o mesmo botão
Uma hora ele se arrepende
E percebe que viveu tudo em vão.

O erro está em querer entender
Entender a vida que não tem nada 
Nada que lhe faça crescer
Se tiver uma vida estagnada.

Autora: Bianca Alves

Poema: Help me

Como sorrir e se enganar?

Como viver e não se matar?

Gritar para quem?

Se não vejo ninguém!



Como da cama sair?

Se meu corpo quer adormecer

Como fazer para não desistir?

Se não aguento mais sofrer...



Essa dor quero destruir!

Mas estou sendo fraca mais uma vez

Como sempre não sei para onde ir

Quero acordar como se fosse a primeira vez.



Será que um dia vou poder sorrir

Sem sentir meu coração sagrar?

Quero poder do alto saltar

E minha vida acabar!



Ao mesmo tempo quero viver,

E meu destino poder mudar,

Hoje não tenho nada a perder,

Mesmo assim quero sarar...



Como andar com os pés no chão?

Se minha mente não para de pensar.

Como acabar com essa sensação?

De querer se matar?



Não quero que o jogo acabe,

Ao mesmo tempo perco a força.

Nem de tirar a vida eu seja capaz,

Quem sabe?



Alguém por favor me acorda?

Não me larguem na escuridão

Atenda meu grito de socorro

Porque só estou com depressão


Perdão, se eu fizer alguma coisa.


Autora: Bianca Alves 

10/10/2017

Poema: Um grito de socorro

Eu tento escrever

Não consigo por no papel

Em meu pensamento só me perco

Pois é tão infinito quanto o céu.

Queria poder chegar perto,

Conhecer talvez meu "eu"

Quem sabe parar de chorar

Não sei ao certo ...

Eu não quero me matar

Eu quero me matar

Instabilidade, descontrole

Num mundo onde não existe verdade.

Não há mais nada por quem ficar

Ao mesmo tempo fico por tudo

Só quero um dia me encontrar

Nem que seja o fim do mundo.

Mesmo sendo degolada pelos Trolls,

Mesmo sendo julgada pelos orcs

Vou lutar pelo direito de ver o Sol

E acabar com esse eclipse aqui.

Preciso da tempestade correr,

Preciso na tempestade dançar,

Preciso parar de me esconder

E meu sentimento declamar.

Sempre acreditei que era especial,

Hoje sei que sou só mais uma,

Cansei de uma vida artificial,

Só quero superar todo o trauma.

Viver um dia de cada vez,

Agusto Matraga, a hora e a vez,

A hora e a vez de Augusto Matraga,

Destruindo seu lado negro e toda praga.

Transformação

Emoção

Coração

Explosão

Compondo um novo rumo,

Buscando sorrir e ter paz,

Ignorando todo o consumo,

Se tornando uma pessoa capaz.

Congelando na terça a noite

E se derretendo numa quarta

Quem sabe um dia um pernoite,

Eu encontre a morte que me mata ...

A foice que de mim escapa,

A vida que o destino me traça,

Superar um dia essa etapa

E acabar com toda essa farsa.

Pular do topo do prédio,

Em busca do meu remédio,

Despertar desse pesadelo,

Que fez a vida ser um pleno tédio.

Escrever no banco da praça,

Ali minha dor se disfarça,

Destruir o assédio da humanidade

Enquanto ainda é noite na cidade.

Quero em mim a semente plantar,

E quem sabe a felicidade

Um dia poder me reavivar

Encontrar minha outra metade

E do sono profundo despertar

Quando em mim a liberdade

No fundo da alma penetrar.


Autora: Bianca Alves

06/10/2017

Poema: O retorno

Quando se chega na beira do precipício,

Na corda bamba mais difícil se equilibrar

Será melhor ficar num hospício

Ou para casa voltar ?



A solidão que sentiu,

O coração que se feriu,

Todos marcados para sempre

Uma dor que ainda não sumiu ...



Quando tentei me esquecer

Fizeram-me ser e entender

Que por mais que eu fuja

Não serei mais julgada



Pois agora que sou acolhida

Posso fechar os olhos na calma

Me sentir segura em seus braços

Posso curar minha alma



E se o medo vir contudo?

Vou enfrentar todo mundo

Porque agora está comigo

Veio me salvar do perigo.



Não sabes o que sinto

Não sabes o que penso

Mas sabes que não mais minto

Pois eu quero me curar



Por um tempo sei que fui muda

Me permaneci por um tempo calada

Não tinha ideia de como me expressar

Buscava forças para te contar



Mas do nada tudo sumia

De noite chorava e de dia sorria

Peço que me perdoe

Por esse lado que não conhecia



Nunca fiz por mal

Só quis te proteger

Desse meu lado animal

Agora já pode me ver sem me temer.



Provou me amar

Quando me escolheu na doença

Não quis ali me deixar

Pedindo para casa eu voltar



Me fez mudar de ideia

Me fez ver que não estou só

Fez me sentir sua

Me fez nascer do pó.



Maior prova de amor não há

Do que o desespero que senti

Quando te vi por mim lutar

E em nenhum momento desistir.


Autora: Bianca Alves

03/10/2017

Poema: Quem sou ?

Quem sou eu ?

Se não o ar que respiro

A chama que me acende

O tsunami que me afoga

A pessoa que não se entende

Aquela que sente com a alma.

Quem sou ?

Sou tudo que penso

Sou tudo que faço

Sou tudo que sinto

Num simples, compasso.

Sou o pensamento calado

Sou a lembrança lembrada

Sou o gesto indomável

Como uma flor intocável.

Sou o tempo chuvoso

Sou o tempo nublado

Sou a ventania brusca

Sou coração gelado.

Ora sou Sol

Ora sou Lua

Filha de Deus

Que o Diabo quer nua.

Quem sou ?


Autora: Bianca Alves

01/10/2017

Poema: A Rosa cheia de espinhos

Como uma folha cai de uma árvore,

Dos meus olhos caem lágrimas,

Como o fruto que você colhe,

Minhas lágrimas venha secar.


Sonho com um mundo melhor,

Por mais que impossível,

Não custa sonhar, querer melhorar,

Eu contra o mundo, invencível.


Chora, grita, 

ninguém se habilita a vim me curar,

mas querem conhecer meus segredos

depois não conseguem me acompanhar.


Do lado de fora um dia ensolarado,

Mas quando entra, a chuva lhe lava,

Quando menos percebe fica congelado.

Quero ser borboleta, mas ainda sou uma larva.


Me sinto como a maçã podre,

Que ninguém quer comer,

Mesmo incorporando a imagem de Padre,

Não dá para se converter.


Cabelos cobrindo o rosto,

Escondendo a face,

A expressão mudando,

Enrugada como alface.


Vem, não me deixa aqui,

Ser devorada pela maldade,

Sou impaciente, me tira daqui!

Acaba com essa saudade.


Venha de ambulância,

Não me deixe partir,

Sinto meu corpo levitar,

Se eu ao menos pudesse sumir...


Trancafiada no meu jardim,

Espinhos a minha volta,

Aquela sensação ruim,

Vem e não me solta.


Me colha como uma rosa,

Cuidado, para não se cortar,

Pois mesmo cheirosa,

Não vai querer se machucar.


Autora: Bianca Alves

30/09/2017

Poema: Amargo Setembro Amarelo

Garçom, me vê uma doce de felicidade,

Ah se fosse simples assim!

Beberia o que desejasse e viveria sem tempestade,

Como uma lâmpada mágica brincando de Aladim.


Aquele momento que só a música me entende,

Quando o mundo apenas me julga,

Me transformando em uma parede,

Fazendo minha dor ser uma pulga.


Essa sociedade é absurda,

Vivendo de achismos e impondo regras,

Como se a verdade fosse surda,

As pessoas esquecem suas tarefas.


É um querendo ser melhor que o outro,

Mas todos sendo inferiores de suas próprias normas

Atacando-se como touros,

Outros lutando pela paz.


Miseráveis incontáveis,

Os fracos tirando suas vidas,

O Diabo e seu número seis,

Enquanto outros choram por seus entes talvez.


Esfaqueado, atropelado, mutilado

Perdido, esquecido, nada parecido

Levanta e cai, sorri e chora

Mesmo que não pareça, o socorro implora


Setembro Amarelo,

Tratado como farelo,

Preguiça, frescura ou criancice

Não! Apenas um apelo.


Enquanto houver esperança,

Contra a dor vou lutar,

Seja trauma ou não de infância

O passado não dá para apagar.


Ele é cheio de histórias,

Ele é quem faz o meu agora,

Nele têm derrotas e vitórias,

Infelizmente por ele ainda se chora.


Levanta a cabeça e siga em frente,

Anota os erros e corrija os

Seja mais que os outros, seja diferente

Mesmo que incomode muita gente


A vida é como uma rosa,

Perfumada e ao mesmo tempo com espinhos

A depressão é a doença do século

Para uns modinha, para outros um túmulo.


Dói quando alguém compara a dor,

Porque cada uma tem sua intensidade,

O mundo já não tem mais cor,

Você fica pelo amor, família ou amizade.


Segura o seu pecado com toda força,

Teme tirar a vida pelas consequências,

Palavras de conforto reforçada em sua mente,

Mas não entende o porquê de sua existência.


A sede da morte aumenta,

O controle pela vida se acalenta,

Outras horas ele enfraquece,

No fim toda dor é violenta.


Inestimável o meu eu,

Inestimável o meu ser,

A vontade de viver perdeu,

Pois não tem nada mais a perder.


Quer fugir da dor,

Se acovardar num sono profundo,

Apagando sua imagem do mundo,

Se esquecendo que outros sentirão também dor.


A cada morte de um suicida,

Nasce uma dor chamada saudade,

Uma dor eterna para quem fica

Como chamar a morte de liberdade?


Se para sempre estará aprisionado,

Seja em lágrimas do agora,

Sejam em lágrimas eternas,

Não importa quem chora?


Para sempre condenado,

A sentença na caverna,

Escuridão e buraco sem fim,

Mas para sempre amado.


Desisti enquanto é tempo,

Recomeça meu anjo,

alguém precisa do seu existir,

lembre-se disso quando pensar em ir.


Autora: Bianca Alves

Poema: Vem

Não deixe me arrepender de ter entregado meu coração,

Não deixe que o sentimento seja levado ou em vão,

Lute por mim, quando eu não mais acreditar,

Senta do meu lado e comigo componha uma canção.


Vem devagarzinho, chegue de fininho,

Abraço apertado, me enche de carinho

De fora para dentro, me possua por inteiro,

Conserta o  quebrado, brinque de carpinteiro.


Arranque meu sorriso, seque minhas lágrimas,

Me roube um beijo e me faz perder o juízo.

Leia meus poemas e ignora as rimas,

E se for o caso faça um improviso.


Não espere o meu te amo para dizer que me ama,

Aproveite enquanto é tempo, me acenda a chama

Queime o meu corpo, faça o proibido, não se arrependa

Cola em mim, entrelaçados na paixão me faça de abrigo.


Sussurre o meu nome, me beije então...

Não deixe eu te esquecer para depois vir me querer,

Conquiste novamente, regue meu coração,

Mesmo que eu não amadureça, me faça ser.


Deita comigo no Luar e me faça flutuar,

Você não tem ideia de como por nós, eu torço,

Para sempre eu vou te amar, mesmo que chorar,

A emoção de contigo estar, o toque em meu pescoço.


Vem comigo numa dança, entre no balanço,

Amor reavivado, ainda há esperança,

Querendo apenas um grande avanço,

Viver tudo de novo e tornar o meu amor

A lhe pertencer eu vou, seguindo o seu cheiro.


Para de brincar de açougueiro,

Não corte minhas veias e exploda meu coração

Não deixe de dar amor, não banque o caloteiro,

Não falo exatamente de sexo, mas sim de atenção.


Pela estrada logo a frente, me chame de caminhão,

Cola do meu lado, seja meu caminhoneiro,

Não fique ai parado,  não siga a razão, apenas escute seu coração.

Finja que sou uma flor e seja o meu jardineiro.


Autora: Bianca Alves