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30/09/2017

Poema: Amargo Setembro Amarelo

Garçom, me vê uma doce de felicidade,

Ah se fosse simples assim!

Beberia o que desejasse e viveria sem tempestade,

Como uma lâmpada mágica brincando de Aladim.


Aquele momento que só a música me entende,

Quando o mundo apenas me julga,

Me transformando em uma parede,

Fazendo minha dor ser uma pulga.


Essa sociedade é absurda,

Vivendo de achismos e impondo regras,

Como se a verdade fosse surda,

As pessoas esquecem suas tarefas.


É um querendo ser melhor que o outro,

Mas todos sendo inferiores de suas próprias normas

Atacando-se como touros,

Outros lutando pela paz.


Miseráveis incontáveis,

Os fracos tirando suas vidas,

O Diabo e seu número seis,

Enquanto outros choram por seus entes talvez.


Esfaqueado, atropelado, mutilado

Perdido, esquecido, nada parecido

Levanta e cai, sorri e chora

Mesmo que não pareça, o socorro implora


Setembro Amarelo,

Tratado como farelo,

Preguiça, frescura ou criancice

Não! Apenas um apelo.


Enquanto houver esperança,

Contra a dor vou lutar,

Seja trauma ou não de infância

O passado não dá para apagar.


Ele é cheio de histórias,

Ele é quem faz o meu agora,

Nele têm derrotas e vitórias,

Infelizmente por ele ainda se chora.


Levanta a cabeça e siga em frente,

Anota os erros e corrija os

Seja mais que os outros, seja diferente

Mesmo que incomode muita gente


A vida é como uma rosa,

Perfumada e ao mesmo tempo com espinhos

A depressão é a doença do século

Para uns modinha, para outros um túmulo.


Dói quando alguém compara a dor,

Porque cada uma tem sua intensidade,

O mundo já não tem mais cor,

Você fica pelo amor, família ou amizade.


Segura o seu pecado com toda força,

Teme tirar a vida pelas consequências,

Palavras de conforto reforçada em sua mente,

Mas não entende o porquê de sua existência.


A sede da morte aumenta,

O controle pela vida se acalenta,

Outras horas ele enfraquece,

No fim toda dor é violenta.


Inestimável o meu eu,

Inestimável o meu ser,

A vontade de viver perdeu,

Pois não tem nada mais a perder.


Quer fugir da dor,

Se acovardar num sono profundo,

Apagando sua imagem do mundo,

Se esquecendo que outros sentirão também dor.


A cada morte de um suicida,

Nasce uma dor chamada saudade,

Uma dor eterna para quem fica

Como chamar a morte de liberdade?


Se para sempre estará aprisionado,

Seja em lágrimas do agora,

Sejam em lágrimas eternas,

Não importa quem chora?


Para sempre condenado,

A sentença na caverna,

Escuridão e buraco sem fim,

Mas para sempre amado.


Desisti enquanto é tempo,

Recomeça meu anjo,

alguém precisa do seu existir,

lembre-se disso quando pensar em ir.


Autora: Bianca Alves